E assim, de repente, mais de quatro meses depois, volto. Volto porque parece faltar qualquer coisa - parece que só volto quando falta qualquer coisa - mas afinal, enquanto tudo está bem ninguém precisa de falar. Ninguém precisa de escrever.
Afinal que raio se passou? Que raio se passa? Porque é que estas coisas têm de ser tão platónicas? Não, não foi a primeira vez que aconteceu e também não foi a primeira vez que nunca chegou a acontecer. Porque decidiste confessar aquilo naquela noite e naquele momento?
E agora estás quase a ir. Pergunto-me se um dia te vou voltar a ver, se nos voltaremos a encontrar e se, finalmente, acontecerá.
Sabes o que mais me chateia? É que depois daquelas confissões, daquelas conversas que me obrigaste a ter, nada passou, diria até que se acentuou ainda mais e não consigo parar de te olhar com aqueles olhos, pelo menos de vez em quando e de quando em vez, imaginar como será.
Tenho curiosidade - confesso - tenho vontade. E sei que tu também tens, às vezes.
Promete-me só que um dia voltas. Só para saber como somos na cama.
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